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11 dezembro, 2013

Alarme


 Alarme de carro apitando. Madrugada. Outro alarme apita. É o seu despertador que estava na hora errada, por engano, puro engano. Talvez esse parágrafo só esteja tentando me enrolar, numa forma de dizer discretamente sobre o quanto ando pensando. Eu deito e rolo na cama, desenrolo os fatos e me enrolo no lençol, talvez eu queria esconder algumas coisas.
De certo seria normal olhar aos céus numa menção honrosa e engraçada, com aquela cara de sempre e quase dizendo aleluia, ou já não era sem tempo... Ok. Eu estou te enrolando novamente, não é? Você sabe. Eu sei. Nós sabemos. Mas precisa dizer assim? Olha, bem lá fundo diria que não, mas seria eu mais uma vez me auto sabotando.
Ah, o alarme parou, acho que eu só queria te contar mesmo. Foi algo me tirou o sono e me fez cair nesse labirinto. Você. Labirinto. Cinco minutos parada olhando fixamente pra tela, piscando, procurando um meio, um termo, algum modo de dizer sem parecer demais e também sem perder o valor. Dez minutos se passam, voando como aves de verão, rápidos entardecendo. Que droga! 

Eu só queria conseguir dizer de uma vez que fazia tempo... Um bom tempo que alguém... Reticências para o que ainda não consigo tirar de dentro e escrever. Logo eu, tão assim, atirada no vento como dados lançados, tão dada.
Queria mesmo é encontrar uma palavra pra explicar o que se passa, dizer que eu queria falar mais, voar mais dentro dessa história, mas vou com calma pois algo pode dar errado.
É pouco e muito o que eu tenho pra lhe dizer: eu gosto de você mais do que posso e menos do que deveria. Como que um alarme você apita em mim. Talvez finalmente eu tenha acordado.