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29 novembro, 2012

Tempo parcelado



 Sentir-se assim é uma merda. Sinceramente estou morrendo de saudades de mim e de me apaixonar, me faltam opções, não como uma simples vitrina de sapatos, que posso até trocá-los se não gostar ou não me servir bem. Ouvir música de amor e não sentir absolutamente nada, não pensar em ninguém. Acho que estou temporariamente fora da área de cobertura, será que foi a chuva? Maldito sinal. Como posso estar tão vazia?
Entre arrependimentos pelo não feito e pensamentos soltos algo parece não progredir. Me faz questionar se há algo errado em mim, comigo, no meu cabelo ou minha forma de pensar, nos meus bloqueios ou liberdade demasiada. Quero iludir? Fui iludida? Onde foi parar quem eu era? Como tudo ficou assim? Parece que quando parei de amar meu brilho sumiu, caiu aos poucos como se as estrelas caíssem do céu, vazia e sem soluções. ''Ela era sua estrela e ele nem olhava para o céu''
Guardei restinhos de sentimentos para que um dia essas sensações voltassem, pendurei em corredores na minha mente quadros com fotos do ano, arquivei vídeos que nem ao menos foram gravados, como um flashback em preto e branco, mas nada é a mesma coisa, uma casa não fica em pé apenas com paredes, ela precisa de alicerces, estruturas, colunas, sustentação. Vejo todo mundo indo embora pra casa com seu prêmio final, seja ele de consolação ou não, todos se encontrando, me falta uma razão. 
Não existe mais em mim aquela vontade de gritar, agir loucamente, como se o mundo fosse completamente estúpido e eu a única esperta, de me vestir com todas as cores pois amava todas elas, de cantar qualquer coisa pois não ligava pra minha voz desafinada. Isso está me deixando velha.
Vejo pessoas pagando cara pelo que não podem, piscologicamente, sem pensar nos efeitos disso depois e financeiramente, elas não sabem que sua dívida no final será bem maior pagando parcelado, a dor e a conta do cartão. Vejo pessoas sonhando com o impossível, agindo sem pensar e ás vezes eu não quero ser assim, mas escutei que se seus sonhos não te assustam, eles não são grandes o bastante, acho que eu preciso voltar a ser assim, porque pelo menos elas se deixam voar.
O tempo voa. O tempo não volta. O meu tempo tem sido desperdiçado. 

26 novembro, 2012

Lado a lado



Esse blog tem sido muito meu amigo ultimamente, tenho usado-o muito como um diário, contando coisas pessoais demais pra quem quiser ler, mesmo que essas coisas fiquem misteriosas e maquiadas por metáforas que eu tanto amo. E então, dessa vez não poderia ser diferente, mas porque hoje é um dia muito especial.
Hoje é aniversário de uma das pessoas que eu mais deposito confiança e esperança, da qual eu morro de orgulho, admiro sua inteligência, maturidade e tudo que pode me ensinar por todos esses anos. Parabéns pra minha amiga, que merece toda a felicidade do mundo, mesmo que não caiba nela, porque de vez em quando nós ficamos tão felizes que parece nem ser possível sentir assim, que se precisar ela fique triste também, porque vou estar aqui por ela, de onde eu estiver. Que se faltar fé, que ela encontre, se precisar sentir que tem algo a mais esperando por ela no futuro saiba que sempre vai haver a chance de começar de novo. Sou orgulhosa por ela se virar sozinha e ao mesmo tempo ter muitos amigos por perto, cativar pessoas é um dom, ela faz isso muito bem. Outra coisa que adimiro, você é forte! Mesmo que nao sinta isso às vezes.
Acho que amizade é isso, não é? Não esperar nada em troca, sentir orgulho, adimiraçao e acreditar quando ninguém mais conseguir. É necessário força pra manter uma amizade, principalmente quando as visitas são poucas e a distância é muita. Por isso, perdemos um pouco do nosso brilho, mas sabe... Aqui dentro ainda posso sentir exatamente como era quando estávamos rindo, nosso brilho era maior que as constelaçoes e as estrelas de hollywood. Ainda posso lembrar de como era precisar desabafar toda hora por causa de um velho amor nao correspondido ou de um amor conturbado e de vários outros amores que vieram depois, de fofocar na minha velha janela, morrer de rir tentando aprender coreografias, se sentir a beyoncé ou a stéfani absoluta... Quanto contraste hahahhaha e quanta saudade, isso que faz os momentos se tornarem memoráveis, a simplicidade. De cantar, dançar em festas, falar de todo mundo, encontrar razões e rir no meio da rua.
Bons tempos, bons tempos e que parecem ter sido há uns dez anos atrás, deve ser porque a gente cresceu, ou melhor, amadureceu. E que bom poder viver esse momento com você, seus 18 anos, parabéns, não é fácil. Boa sorte na sua vida e de tudo que te carregue, que o destino esteja sempre ao seu favor. Espero poder viver essa fase com você, do fim de uma etapa, de ver você na minha formatura e eu na sua, não exatamente como deveria ser, mas tenho certeza que as coisas são sempre do jeito que era melhor pra ser. Obrigada por tudo!
Nunca se esqueça: eu por você e você por mim.

20 novembro, 2012

20 de novembro II

Passando pelo metrô, estações perdidas da rua leste, frio e cachecóis de um novembro frio, aqui estou. Atrasada, claro. Mas estou. Eu te disse.
Só seus olhos tiveram tanto efeito sobre mim. Como? Precisei tanto aproveitar você, beijar teus olhos, olhar tua boca, poesia, sinais, palavras e atitudes, som do seu mar no fundo do telefonemas, seus recado na caixa postal. E falando em postal, não te mandei nada, nenhum cartão sobre minhas viagens, contando de conquistas e nem te mandando feliz aniversário.
Semana passada vi um apartamento à venda, ele era exatamente como tínhamos planejado, minha geladeira vermelha, seu sofá preto de couro, nosso escritório, sacada com vista para o seu mar, mesa e cadeiras combinando para nosso domingos gastronômicos, mas com quartos separados, afinal, éramos apenas amigos. Ilusão do século XXI, amor de primo, qualquer coisa, romance passageiro ou paixão, mas só amigos não.
Somente em você encontraria a paz, o amor, paixão, verdade e entrega, me devastando por completo. Você nunca teve noção dos seus efeitos sobre mim, era como se eu te jogasse de um penhasco e logo corresse para te salvar.
Sempre dizem que sempre e nunca são palavras que não podem ser ditas, mas sempre vou me lembrar de tardes frias, beijos quentes e telefonemas de madrugas, brigas estúpidas e confissões, jogos e tudo. Doce novembro.
É como uma paixão por uma banda que acabou, eles nunca mais vão tocar juntos, mas o disco deles ainda toca em todos os lugares possíveis. Já pensou em pegar esse cd e jogar na parede? 
Talvez isso esteja aqui, só pra te dizer, que te quero muito, não pense que te quero mal, apenas não te quero mais. Bem livre, bem de braços abertos e apenas eu.  

13 novembro, 2012

Minas Gerais


Pra começar, preciso dizer, Minas Gerais, estou com saudade.
E saudade da esperança de te ver, mas sabe... Esperança é a mãe da merda. E que merda sentir sua falta, uma ausência ainda não explicada, entre nossos dias pouco contados sem vistas porém com visitas. Você fala demais, sem tempero, sem graça, sem cor e sem cheiro e ainda assim eu queria saber mais.
Mais uma vez a história se repete: amarrado. Odeio isso, sem mais. Acho que gosto do seu sorriso branco, talvez das suas sobrancelhas grossas e tão pretas, do seu nariz certinho (ah, o nariz!). 
Nariz é um capítulo a parte, não há coisa que dê pra reparar mais no rosto de uma pessoa do que o nariz, ele que fica responsável pela harmonia do rosto, narizes isolados são tão feios, assim como os pés, mas combinados ao rosto, desenho dos olhos, contornados como se tivessem sido antes rascunhados pra depois se moldassem. E eu adoro seu nariz. E ultimamente não tenho gostado do nariz de ninguém, porque nariz é tudo, é cheiro, é passear pelo corpo de alguém, é um dos sentidos mais aguçados, cheiro que deixa mal, que dá vontade, que revela, que dá saudade, que dá nojo, tem cheiro pra tudo. 
Amarrado e longe. Amarrado e falando demais. Amarrado e uma graça. Amarrado e sem graça. Amarrado e quase santo. Amarrado e talvez não fosse tão santo assim. E assim eu esperava. Aliás, amarrado era o que mais me vinha na cabeça, afinal, se eu namorasse um cara que fica de conversinhas com outra mulher ele seria o primeiro a levar um belo tapa na cara novelístico e depois um delicioso pé na bunda. Mas ela é de longe, ela não é nem daqui e um imenso blá blá, conversa, porque homem joga conversa e isso ninguém nega. 
Minha avó sempre dizia... Homem faz da mulher igual macarrão, enrola enrola enrola e depois come. Tá bem machista isso aqui, talvez eu seja uma feminista conservadora, principalmente porque não há sentido queimar os sutiãs por aí, afinal são os nossos melhores amigos do peito, moral lá em cima e porque de fato há coisas de pensamentos quadrados que são absurdas, como violência bruta e estúpida, se achar melhor apenas por ser homem e mijar em pé, colocar mulher pra esquentar barriga no fogão e coisas do tipo. Mas você sabe que eu posso usar alguém, posso iludir alguém como posso ser iludida, posso fazer propostas indecentes que ainda vou ser eu mesma e isso não vai trazer ninguém de volta ou fazer alguém surgir e ficar pra sempre, até porque eu não se vou gostar desse pra sempre. 
E não tem coisa mais legal que encontrar novas perspectivas de ver a vida, talvez eu esteja ficando enjoada da minha, porque essa espécie de agonia com preguiça tá deixando tudo meio estagnado e isso não tá com nada.