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16 novembro, 2013

Insano





Acordei no maior susto, escrever numa pequena tela já não me engrandece e nem satisfaz-me. Acordei como que num susto, o mundo já não é mais o mesmo de duas semanas atrás.
Descubro, como que por um descuido, que o que busco é insano, eles dizem coisas a todo momento para elas, com dizeres cheios do que querem ouvir, mas sem profundidade e sem valor, me diga então, como isso vale? Como isso pode valer? Afasta-me.
Defino, como que por obrigação, que quem me sentir deve ser totalmente insano, maluco, pra entender quem sou, o que sou, pra onde, porquês, questões, razão e medos, ser insano e sensato, sensato e ainda livre, livre e ainda preso, preso e ainda com asas.
Tá vendo? É tanto que nem sei. Tanto que sinto sem nem saber. Não escrevo mais textos longos, as pessoas agora morrem de preguiça de ler, questiono se morrem de preguiça de sentir também... Isso requer disposição, talvez coragem, mas quem está disposto já se encontra repleto dela. Da mulher que o faz sentir e da coragem que o move.

10 novembro, 2013

Grade na sua janela





Eu bem notei que tinha grade na sua janela, tela de proteção, seja o que for, mas isso diz tanto sobre você. Essa grade é todo o contrário. Contrário de alguém como eu que sempre estive tão liberta, disposta a voar e ir em frente, e isso reflete em você, que tem medo que eu seja tão assim e que eu voe tão longe de ti, não é? Eu te conheço melhor do que imagina.
Sempre gostei de ver programa de culinária na televisão e você diz que é besteira, até porque, eu não vou comer nada daquilo porque vivo de dieta. Tá vendo? Você se fecha no que já está certo e não se atém para o que pode ser novo. E eu, que já mudei tantas vezes, já sei, que é tudo medo de que eu vá a ser outra pessoa que não fosse tão eu.
As diferenças sempre ficam mais expostas, nunca dizem que um casal fica lindo quando passa quando eles parecem tão diferentes, mesmo que essas diferenças venham de dentro pra fora. Eu sei o que eles pensam da gente, sei de tanta coisa e ao mesmo tempo continuo sem saber de nada, porque o jogo já mudou outra vez, estabelece-se um fio, mas ainda não sei por quanto estamos por um fio. 
A experiência é uma coisa muito sólida, mas ás vezes sei que fica a saudade de ser ingênuo assim porque acreditar parecia uma coisa bem mais fácil. Por mais que esteja tudo bem fica esse clima assim, deve ser o domingo. Deve ser um pouco de você também.
Mas que a gente tem mesmo, é nada a ver e continuo a achar um absurdo eu ainda assim querer tanto você.

Diálogo

-E então, a gente nunca mais, né?

-É, chega, melhor parar...

-Antes que fique...

-Impossível de resistir

Silêncio. Eco de pensamentos.
Barulho. Beijo.

08 novembro, 2013

Idiota





Respiração pesada. Canalha. Me deixou assim, sem chance de outra reação, maldito seja! Você sabe como sou, precisava esbravejar e gritar meu ódio e lavar minhas palavras em seus degraus. 
Antes amantes, conhecidos, querentes, quentes, mais humanos, agora não nos cabe dar ao luxo de olhos nos olhos. Tudo é tão diferente, era fácil fingir assim  por ser mais facilitado conviver com isso assim, morto, enterrado e estático.
Vida dias atrás, morte em vão espaço, tiro certeiro e sem som. Foi sorte, presumo. Eu não mudei nada do que disse, fiz o que fiz e foi bem melhor assim, agora seria insustentável. Culpa? Não tem pra que carregar, pelo contrário, descarrego tudo fora, turbilhão de sentimentos que se afogam em meio a tanto espaço.
Os dias passam e os feriados chegam, é finados. E você sabe, a morte vira um papel, nós morremos, eu escrevo nosso atestado de óbito e você continua andando por aí como um completo idiota.