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31 outubro, 2011

Paraíso



E então senhorita, como estamos? Lembra daqueles tempos? Oh... Velhos e tão bons.
Não que queira, não que recorde, não que ainda ame, mas que pensou, e mais uma maldita forma de colocar pra fora essa saudade repentina de você, e será que quando ler - se fizer isso - saberá que é pra você? Sei que sabe.
Mais uma maneira de indiretamente falar de você em todos os textos e blá blá blás da vida, me sinto entrando em uma máquina do tempo lembrando de nós, e de todos nós. Cada ano que se passou, precoce ou tola demais pra saber como era, o que queria e o conto de fadas que não teve. Aí vai outra verdade: Garotas más e fortes não sabem nem sequer o que é a dor de um não conto. Contam a sua história como deve ser, porque, mesmo sem esperar muito ainda esperam pelo final certo, não importa se feliz.
Tomei a decisão final, e só falta você saber. Tomei um gole de qualquer coisa mais forte que álcool 70 e tive vontade de ligar, como antes.
Nunca esteve não é?
Quantas oportunidades tivémos? Do amor que tive, do amor que raramente escrevo. Esperei mais do mundo do que de mim, e ainda não me culpo, porque uma vez que tentei carregar todos os erros nas costas não aguentei, era muita culpa, e não só a minha, mas de tudo e todos.
De um jogo verde, uma fila, e tudo se colheu maduro. E quer saber? Não ligo, se fosse bom o suficiente seria futuro, não passado.
Esse nosso problema temporal de nao saber quando é presente, o que foi e o que ficou sempre nos deixou na mão, e as vezes nos pegávamos lembrando como era e assim vai.
Mas ninguém vive só de lembranças, não quero que esse seja mais um daqueles, porque sei que quando te ver de novo é como se o vulcão estivesse de frente com o tornado outra vez, e dane-se tudo.
Não sei se realmente sei de tudo que sei, mas que a confusão resolveu me visitar, é verdade.

25 outubro, 2011

Consumismo



Não é mais com quantas chances tivemos, e nem como, mas sim quantas teremos. Ora, vamos e coloque isso numa balança, quero saber qual a porcentagem de nós que pode existir.
Me deixo iludir por minutos, e quando caio em realidade é um choque muito chato, queria poder dizer adeus sem nem ter dito oi.
E é tão pronto em si, um enlatado completo e maravilhoso, com o sorriso que pedi a Deus, com o olhar que quero ter sempre em mim.
E foi ensinado direitinho, da forma mais correta, onde seus pais fizeram-no com muito amor e carinho, vendo por sua beleza que cativa e ensinaram-no como agir, ser e pensar, como um príncipe que fala palavrão.
É tão perfeito que chega a ser inacessível, mas logo penso, que poderia ser meu, com algumas pedrinhas e outras montanhas no caminho, mas ainda não sei se é hora de desistir.
Não investi nada, não quero assumir atos tão sóbria pra ter alguma coisa - pequena que seja - desculpa.
E continua lá, perfeito e inacessível, e que seja meu, esteja do meu lado, livrando-me de todo perigo, mesmo que somente como amigo.
Pois quando finalmente encontro, desdenho, e o ditado das massas não é capaz de se enganar: "Quem desdenha quer comprar."
Só peço que faça um desconto, e pago à vista, não te quero em parcelas, te quero de uma vez, e por inteiro.
Que seja o que for, mas acredite, você será meu.

17 outubro, 2011

Me encontra




Que é bom mesmo que por alguns instantes repetidos ouvir uma de nossas músicas antigas fazer sentido.
''Viver para alguém que me ama e dividir sempre, felicidade e amor... Então me encontra ou deixa eu te encontrar.''
Não sei se gosto de como tudo está agora, ou talvez seja eu que não dou mesmo sorte no amor, quem sabe? Quem poderá dizer? Óh céus... De noite, no carro, no trânsito e olhando a vida como ela passou, como os anos passaram, e mando uma mensagem de texto pro futuro, e acham que é meu passado. Não, não é.
Sei mais, e vou além, penso ás vezes em segredo, escondida de mim, pra que ninguém saiba que só por um segundo pensei em ti. Só por um segundo sonhei contigo, e naquela história de orgulho e negação, continuamos os mesmos.
''Quero te fazer esquecer de tudo, e da pra nossa vida um novo rumo''
E lá estava eu, quando errei da primeira vez, querendo recuperar algo que nem tinha começado direito, e começou em mim, a semente de tudo tão forte, mas só existe o agora. Ando bem assim, penso um pouco, e não ligo mais, não ligo mesmo. Te procuro quando não der mais pra pra procurar.
''Você deixou saudade, você deixou saudade...''
E aí? Como reagir? É a mesma coisa, mesmo sentimento, mas até quantos quilômetros essa coisa toda aguenta? Quanto tempo?
Em novembro são três anos, te conheci, e fiz valer a pena pra mim. Talvez seja injusta por dizer que nada valeu, ainda mais quando fico com o coração calmo assim.
''Não preciso de promessas e acho que você também, eu não tento ser perfeita e acho que você também. Dias e noites pensando no que fiz (...) Vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo, e foi quando te encontrei, ouvindo o som do mar.''

11 outubro, 2011

Colecionador

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E anda como quem não quer nada, mas quer todas.
Esse é o cara. Sempre foi e vai ser, o único ''heartbreaker'' e aos poucos o coração vai ficando bem apertado, bem quentinho, e recolhido lá no fundo da alma... Enquanto olho, analiso todo mundo que está perto, mania e medo. Quero ter tato de saber com quem estou lidando.
Minha cara agora é de quem anda por cima de tudo, no caminho onde tem pedrinhas que entram no sapato, mas com um chute elas logo se vão, se jogam, e vão realmente em vão.
E volto a olhar pra quem não devia, nem sempre tão calmo, mas nunca preocupado, é tão particular em si, sabemos que o tempo pode ser alheio a nossa vontade, e quando será mesmo?
Ninguém sabe. Mas, qual será o defeito da tua fala se a sua boca me cala?
Não tem nada dentro de mim, nem confusão, nem inquietude, não agora, não esta noite, mas ainda penso tanto, num passado tão longe, longe em pensamento e em quilômetros, talvez mais ainda no pensamento, mas não gosto de acreditar naquele clichê de ''Quem foi que disse pra estar junto precisa estar perto?'' PRECISA SIM!
Amor é urgente, canso de falar, e não pode ser assim, um amor de qualquer jeito, tem mais é que amar direito, com tudo o que vier, puder e der, com entrega e sem solicitações aceitar o que lhe é dado.
Sem medos, eles são como correntes que te prendem, ganhe asas, e não deixe que corte-as e nem que segure, voar é bem melhor, mas arrisque nesse voo, quero mais, muito mais, porque somos assim, cheios de expectativas de ''querência'' e vai além.
E então ando devagar e te vejo, o colecionador de corações, pois ainda não aprendeu a conquistá-los de vez (mesmo que tenha me conquistado) mas não sabe de fato, porque dá algo e tira aos poucos, sua não ausência me irrita, mas sua não presença me parece insuportável, e agora você está perto.
Na porta de casa te espero.





10 outubro, 2011

Mesma direção



O senso agora talvez seja outro, que depois desse jejum todo tenha conseguido pequenas coisas pra falar, se encantar, encher de amor e sorrir por dentro, mantendo um belo silêncio, porque sempre em segredo é que se mantém tudo em ordem dentro de si.
Não falaria nada agora, corro atrás literalmente, brigo, grito, esperneio e faço escandalo, o que for, pra te ver sorrir. Depois da briga, a desculpa boba, uns risos, mais piadinhas xoxas, um quase abraço e tudo se resolve assim, fácil. Pra você.
Na minha mente, tudo muda de figura, o que era fácil, vira complexo, e nem por complicar, afinal tudo é simples demais, mas sim como um desculpa ridícula pra fugir, de algo que começou a toa e já deveria ter acabado faz tempo.
Odeio amar suas maneiras, sorrisos, gestos e olhares.
Mas ainda assim, não ligo... Continua sendo meu jeito não? Serei assim, cheia, por completo, não me queira por um sorriso falso ou piadas baratas, sou pague um e leve dois, quis um problema e levou vários. Não sei me entregar por metade, ou é ou não é.
Feitos do coletivo, de formas e embalagens diferentes, mas ainda penso que um dia, numa rua qualquer, um lugar qualquer, ainda te vejo e marcamos esse encontro e nada de ilusão, carrego certezas apartir de agora.
E ainda assim, na mesma direção.

07 outubro, 2011

Inquietude



Acordei inquieta, chata e animada ao mesmo tempo. Grito, danço, pulo, sapateio, me externo, quero contato com o que é de fora, nada de quem eu não gosto perto de mim... Deixo falar a toa, tudo sem sentido me entra e sai como se fosse um ventinho passageiro e sem graça, gente que eu tenho dó, mas não quero falar disso.
Coloca uma música animada, daquelas pra seguir um trio elétrico no carnaval, canta, e grita, sem ligar pra nada porque agora as coisas que ficaram pra trás parecem sim muito mais distantes, mas também parecem ficar somente na forma de lembranças.
E então, com certeza, eu confesso, sou uma bagunça. Uma completa bagunça, feita de erros, mas eu ainda não desisti, mesmo porque não tenho motivos tão justos pra isso, acho que cada hora tem mais e querer mais, sempre tem algo a mais pra querer, mais alguém pra juntar... Sopa de palavras, fotografias, momentos, e morro de saudade de tudo que tive, mas ainda não morri por dentro, não por completo, quero mais bagagem pra lembrar, rir e chorar, continuo inquieta, mexendo o pé, e logo o corpo inteiro, danço e canto mais uma vez, no meio dos corredores da escola e onde for, não tenho vergonha de nada, a vida é a coisa mais bela que alguém já poderia ter me dado.
Não costumo também gostar dessas palavras boazinhas, mas numa sexta-feira a noite, cheia de cansaço corporal é tudo o que parece me restar.
Aos poucos todas as lembranças vão me invadindo, sinto que devem falar: ''Oh, meu Deus, quando ela ficou assim? Como ela mudou tanto?'' E O QUE QUERIAM? DIGAM! Que continuasse a mesma? Não seria eu, sou cada pedaço de mudança, cada cheiro de natureza, planta e neblina que pego pra subir a serra, e logo a última vez, teoricamente, se aproxima, e sinto mesmo em dizer, mas não ligo, não mesmo. 
Mas é como um labirinto, onde as paredes mudam constantemente, não sei se fiz tudo o que posso pra seguir as etapas com meu coração em mãos, mas agora eu estou começando ver que talvez não tenha nada a ver comigo.
E posso estar errada, e ainda sei que uma estrela só não é constelação.