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11 dezembro, 2013

Alarme


 Alarme de carro apitando. Madrugada. Outro alarme apita. É o seu despertador que estava na hora errada, por engano, puro engano. Talvez esse parágrafo só esteja tentando me enrolar, numa forma de dizer discretamente sobre o quanto ando pensando. Eu deito e rolo na cama, desenrolo os fatos e me enrolo no lençol, talvez eu queria esconder algumas coisas.
De certo seria normal olhar aos céus numa menção honrosa e engraçada, com aquela cara de sempre e quase dizendo aleluia, ou já não era sem tempo... Ok. Eu estou te enrolando novamente, não é? Você sabe. Eu sei. Nós sabemos. Mas precisa dizer assim? Olha, bem lá fundo diria que não, mas seria eu mais uma vez me auto sabotando.
Ah, o alarme parou, acho que eu só queria te contar mesmo. Foi algo me tirou o sono e me fez cair nesse labirinto. Você. Labirinto. Cinco minutos parada olhando fixamente pra tela, piscando, procurando um meio, um termo, algum modo de dizer sem parecer demais e também sem perder o valor. Dez minutos se passam, voando como aves de verão, rápidos entardecendo. Que droga! 

Eu só queria conseguir dizer de uma vez que fazia tempo... Um bom tempo que alguém... Reticências para o que ainda não consigo tirar de dentro e escrever. Logo eu, tão assim, atirada no vento como dados lançados, tão dada.
Queria mesmo é encontrar uma palavra pra explicar o que se passa, dizer que eu queria falar mais, voar mais dentro dessa história, mas vou com calma pois algo pode dar errado.
É pouco e muito o que eu tenho pra lhe dizer: eu gosto de você mais do que posso e menos do que deveria. Como que um alarme você apita em mim. Talvez finalmente eu tenha acordado.

16 novembro, 2013

Insano





Acordei no maior susto, escrever numa pequena tela já não me engrandece e nem satisfaz-me. Acordei como que num susto, o mundo já não é mais o mesmo de duas semanas atrás.
Descubro, como que por um descuido, que o que busco é insano, eles dizem coisas a todo momento para elas, com dizeres cheios do que querem ouvir, mas sem profundidade e sem valor, me diga então, como isso vale? Como isso pode valer? Afasta-me.
Defino, como que por obrigação, que quem me sentir deve ser totalmente insano, maluco, pra entender quem sou, o que sou, pra onde, porquês, questões, razão e medos, ser insano e sensato, sensato e ainda livre, livre e ainda preso, preso e ainda com asas.
Tá vendo? É tanto que nem sei. Tanto que sinto sem nem saber. Não escrevo mais textos longos, as pessoas agora morrem de preguiça de ler, questiono se morrem de preguiça de sentir também... Isso requer disposição, talvez coragem, mas quem está disposto já se encontra repleto dela. Da mulher que o faz sentir e da coragem que o move.

10 novembro, 2013

Grade na sua janela





Eu bem notei que tinha grade na sua janela, tela de proteção, seja o que for, mas isso diz tanto sobre você. Essa grade é todo o contrário. Contrário de alguém como eu que sempre estive tão liberta, disposta a voar e ir em frente, e isso reflete em você, que tem medo que eu seja tão assim e que eu voe tão longe de ti, não é? Eu te conheço melhor do que imagina.
Sempre gostei de ver programa de culinária na televisão e você diz que é besteira, até porque, eu não vou comer nada daquilo porque vivo de dieta. Tá vendo? Você se fecha no que já está certo e não se atém para o que pode ser novo. E eu, que já mudei tantas vezes, já sei, que é tudo medo de que eu vá a ser outra pessoa que não fosse tão eu.
As diferenças sempre ficam mais expostas, nunca dizem que um casal fica lindo quando passa quando eles parecem tão diferentes, mesmo que essas diferenças venham de dentro pra fora. Eu sei o que eles pensam da gente, sei de tanta coisa e ao mesmo tempo continuo sem saber de nada, porque o jogo já mudou outra vez, estabelece-se um fio, mas ainda não sei por quanto estamos por um fio. 
A experiência é uma coisa muito sólida, mas ás vezes sei que fica a saudade de ser ingênuo assim porque acreditar parecia uma coisa bem mais fácil. Por mais que esteja tudo bem fica esse clima assim, deve ser o domingo. Deve ser um pouco de você também.
Mas que a gente tem mesmo, é nada a ver e continuo a achar um absurdo eu ainda assim querer tanto você.

Diálogo

-E então, a gente nunca mais, né?

-É, chega, melhor parar...

-Antes que fique...

-Impossível de resistir

Silêncio. Eco de pensamentos.
Barulho. Beijo.

08 novembro, 2013

Idiota





Respiração pesada. Canalha. Me deixou assim, sem chance de outra reação, maldito seja! Você sabe como sou, precisava esbravejar e gritar meu ódio e lavar minhas palavras em seus degraus. 
Antes amantes, conhecidos, querentes, quentes, mais humanos, agora não nos cabe dar ao luxo de olhos nos olhos. Tudo é tão diferente, era fácil fingir assim  por ser mais facilitado conviver com isso assim, morto, enterrado e estático.
Vida dias atrás, morte em vão espaço, tiro certeiro e sem som. Foi sorte, presumo. Eu não mudei nada do que disse, fiz o que fiz e foi bem melhor assim, agora seria insustentável. Culpa? Não tem pra que carregar, pelo contrário, descarrego tudo fora, turbilhão de sentimentos que se afogam em meio a tanto espaço.
Os dias passam e os feriados chegam, é finados. E você sabe, a morte vira um papel, nós morremos, eu escrevo nosso atestado de óbito e você continua andando por aí como um completo idiota.

27 outubro, 2013

Você não é o amor da minha vida‏




Olá estranho,
Estamos em algum lugar seguido de algum ano, qualquer, sabe, aleatoriamente eu encontrei você, numa mesa de bar, num sorriso quadrado perfeito ao meu olhar, atravessando a rua ou em outro lugar, o que importa é que nos vimos.
Sempre disse que não era das românticas, tão que nem acredito no amor. Quer dizer, não assim, nem desse jeito, mas o amor é passageiro, se encontra e se perde a todo momento, existe um dia e se desgasta, sabe... Ele vai embora e ele foi embora. O amor tem três pontinhos no final, é reticente,  quando julgado verdadeiro ele se faz grande e responsável pela sanidade, carecas de saber que o amor é esse que tira do chão.
Mas voltando a lhe dizer, estranho, eu não sei nem por onde andou, sei que daqui um tempo você estará chegando e não vai ser apenas visita, enquanto não vem, eu arrumo a casa, não para deixar boa impressão pois você saberá que eu sou uma bagunça, mas arrumar do lado de dentro, aquela poeira que não fiz.
Não sinto seu cheiro,  mas ao fechar os olhos, algo me garante tanto. Olha, nem sei se vamos acertar de primeira e marcar gol, mas e daí? Bateu na trave e podemos tentar de novo, não sei se você é meu número, mas sei de coisas que ninguém sabe, são segredos. Shhh!
E vou mais, você não é o amor da minha vida e nem sei poderá ser, mas já era fim de noite e quase fim de outubro. Sabe o que isso significa? Outubro já é quase natal e fim de ano me lembra que é menos um ano para estar mais perto do que já esteve. 

14 outubro, 2013

Encontros e despedidas




 Sim, esse é o nome da música. Encontros e despedidas. Aqui estou ao som de uma das minhas que considero cruciais, ouvi na abertura de uma novela que me marcou, importante, uma porque amo novelas e dois pela cantora. Mas não estou aqui pra falar de mim, pelo menos não diretamente.
O dia a dia é rápido demais, rotina é abrigo, caminho que se repete é conforto, mesma linha, um fio que se segue e que perde o foco com alterações no curso, assim como um rio e seus afluentes. Chega a ser deveras engraçado como não paramos pra olhar pra dentro, pra notar quem está de fora, entendo, temos dificuldade com sentimentos, mas mesmo sem notar, são eles - os sentimentos, que nos guiam em tudo.
Já parou pra pensar como pessoas são viajantes das nossas vidas? Em um dia estão conosco e no outro já não se sabe mais quem são ou pra onde foram, fica tudo preso na substância, quem essas pessoas representavam e o quanto isso significava, o quanto elas não serão as mesmas e o quanto esquecemos que também não somos os mesmos. Cá pra nós, que marasmo seria essa monotonia, mas às vezes eu queria poder pausar os momentos que me moldaram pra viver de novo, pra ter mais tempo com as pessoas. Sempre me engrandeci por dizer que não me importava, mas olha, eu grito se quiserem ouvir, eu me importo sim, mas eu nunca disse.
Esse é outro ponto, o quão importante dizer tudo que sentimos sempre, pelo menos as coisas boas, o amor é amor de todas as formas, mas um sentimento não tem tanta força quando não dito.
Todos os dias as pessoas vão e voltam, com ou sem planos, muitas vezes nem voltam. Destino, você acredita? Nem sei se é ele, mas às vezes não é possível quem a gente quer que fique na nossa vida ficar mais, porque já nos marcou e deu ensinamento suficiente.
Para os amigos que aqui já não estão mais, para a saudade que aqui vive em paz.

19 setembro, 2013

Certas coisas



Há certas coisas que não cabem em mim, o que há de errado? Quando não couber, externe-se, deixa liberar, voar, sentimento, palavra, desejo, atira-se mais estrondoso que tiro, mais certeiro que arco e flecha! 
Há algo aqui, bem como um objetivo sem propósito, rebeldia sem causa, pois o que tudo causou já passou, mas sem dúvidas, tem algo, dois lados de uma carta de baralho. E se for um coringa? Se essa carta virar certa, sempre em frente, irei. Mesmo sem propósito, tudo que for feito será de propósito.
E ainda assim, se não houver razão, faz de uma música seu hino, seu legado e tua passada, lembra da sensação e se envolve, lembra de quando se envolveu e o porque, daí então grita com todas as forças, bate no peito a palavra cantada, mas grita e bem alto, bem forte, assim como te escrevo essa carta, letra bem marcada no verso da folha, intensidade e dessa vez, nada comedida. Te digo tudo que queria tanto dizer e por acaso, sabe, você só tava tocando no meu aleatório.
Tinha tudo nas mãos e agora, não tem nada. Quem vacilou? Ninguém. E eu adoro o adeus, ele não permite esperanças e nem deixa raiz criar nesse teu lugar. De mentira não vale... De outro jeito não quero.
Mas é que falta tanta coisa e tá tudo completo de algum jeito, deixa eu divagar mesmo assim então, que seja de todo jeito, aqui eu disse certas horas, certos silêncios... Tão certos. Certas coisas que eu nunca disse.
Final do filme: carro, janela aberta e lencinho acenando pra fora. É de fato ''The End''.

22 agosto, 2013

Aos amigos


Que a gente tem que entender que amizade sem qualquer tipo de desentendimento, é falsidade, sem generalizar, mas vocês sabem... Porque, quem for seu amigo te aceita como você é, sem reclamações, óbvio que te ajuda a melhorar mas carrega consigo uma espécie de chave que encaixa na memória pra te lembrar sempre de quem você é, que não perca sua verdadeira essência. 
Chega uma fase que os questionamentos sobre o futuro incerto e os novos desafios, somos humanos temos medo do que é novo com mais medo de perder o antigo, mas a verdade é que essa nova fase também me ensinou que se o antigo não está no presente é porque o lugar certo é ficar preso no passado. 
Vai sempre ter algo que nos magoe, mas é melhor deixar pra lá que rancor só nos trás rugas, sempre alguma coisa vai ficar incomodando na cabeça até que se pareça resolvida. E não importa, o tempo vai passar e também vai encontrar quem te faz incrível e quem te torna pouco. Me ensinaram que pouco é muito feio quando se trata de amor, o certo é sempre muito. Quero sentir de mais e me importar de menos.
Porque a gente não se permite se abrir e nem se magoar, por achar que o mundo acaba ali e que os hábitos não mudam. Mas notável que é mentira, quem não ouve a melodia acha maluco quem dança, vamos ouvir essa música, temos que salvar o que ainda nos resta antes que o CD pare de tocar. Tenho medo de momentos que julgo tão meus se acabarem e de que pessoas tão minhas se forem. E foram. Na verdade, elas estão sempre indo e vindo me deixando perdida. 
Com uma frenquencia que veio aumentando gradativamente me sinto sozinha, mas de uma forma diferente, onde nunca vai ter companhia pra mim pelas pessoas simplesmente estarem sintonizadas entre si. E não sei se quero essa estação pra sintonizar também apenas por um capricho. 
E quando depois de um tempo voltar a escrever um texto de rascunho verá como o tempo passou e como o sentimento mudou, como as coisas estão diferentes e que responsabilidade encarregamos ao tempo de mudar tudo isso e que nunca dizemos o quanto precisamos das pessoas. Um milhão de coisas nunca dizemos, elas se fazem ditas, mas esquecem que precisam ser reafirmadas pra caber na posteridade.
Igual àquelas aberturas de telenovela, hoje o tempo voa amor, já diz Jota Quest, já cansou de voar tempo, passa por aqui toda hora pois então passe em casa. Aqui, como um rio sem afluentes, palavras na rede, certas coisas que eu nunca disse. Assim, as pessoas me fazem gostar delas, assim como eu amo as fotos e o poder que elas tem, congelam a todo mundo sem congelar a ninguém. Acho que é isso.  

A lua

Sabe, a gente costumava olhar a lua. Juntos, separados, brigados, reconciliando, distantes, próximos, a lua sempre nos guiou, ela e as estrelas. Eu acreditava no céu limpo quando tudo estava bem e chovia sempre nas noites de briga, ficava bem azul na presença de saudade, branquinho quando tinha calmaria e logo pôr do sol parecia um pôr do céu que se colocava exatamente pra nós. Pra nós e mais ninguém.
Lembrança recente da mais distante noite, a última sob regência de um maestro chamado luar, eu, você, estrelas, noite, sussurros, tempero. Me diz o que tem nisso que me invade? A melhor sensação do mundo, essa conexão com o externo, natureza, destino, carma, forças, que faz tudo de dentro engrandecer, ser quem sou toda como fui.

A pior sensação do mundo, que isso não teria fim - o medo - de tudo, de nada, era assim, vivendo com medo do medo, redundância feia de doer mas verdadeira que doía mesmo; e doeu até quando teve que doer. Foram anos, mais de dois, passou de quatro, chegou em uns seis, foram pares anos iguais a nós, meu par favorito. Mas vem cá, quem é você agora? Tempos que nem ouço falar, histórias que nem sei mais, a gente nem sabe mais e eu assumo, eu gosto assim. A gente tinha a lua pra nós, tendo a lua, olhando extasiados, tinha tanta coisa e eu nem queria mais saber de ter outra coisa.
Minha alma nem é mais a mesma. Fiquei parada por um tempo tentando achar uma maneira de voltar a todo custo, mas descobri que o que importava era como eu chegaria no final e não o que havia sido, exatamente porque ficou lá, num lugar do tempo que ninguém alcança. 
Novas medidas, receita atualizada, novas proporções, tudo muda, meu clichê favorito, porque não há nada melhor do que mudar e caber no seu novo eu a cada nova atualização. 

21 julho, 2013

Fatal


 Minha imaginação já foi mais forte, mais viva...


E ele, mesmo com todos os seus defeitos, causava o melhor de mim, ou um dos meus melhores lados, confiante, dispersa do mundo atenta a mim, amante de si, amante de detalhes, despertava meu íntimo ser, desejo e expressão corporal, alma solta, pra alma poder saltar! E diz se não era amor? Não era, tenho certeza. Foi tudo, menos amor.
Mas mesmo assim, com essa falta de amor um pelo outro, despertou dentro um amor por mim, pelo meu ser, declaração de amor todos os dias! E se você não se amar, meu bem, já lhe indago outra questão: quem vai amar? Garçom, mais uma dose de amor próprio, por favor!
Olhos nos olhos que eu tenho muita coisa pra dizer e não é hora do adeus, fora de questão dizer o que eu senti, porque isso nem importa, mas era incrível quem você parecia ser, precisava sempre da minha sina, palavra, toque. Era bom. Só era e foi.
Mas a gente já tava tão errado... Eu não aceitava que poderia ser mais feliz fora de nós, sabe? Eu sei que sabe, de certo você queria que eu aceitasse e me colocasse nessa condição, mas eu não dependo nem de meu ser, vou depender de outro? Dizem que não podemos nos apegar nas pessoas, que elas somem e nos decepcionam, mas quem seriamos então, nós, sem nos entregar sem esperar de volta sentimento mútuo? Uma emoção assim não se compara a nada, é puro ser assim, e eu fui. E eu sou.
Lugares que ficam bom só pelas pessoas que o frequentam, pessoas que estragam lugares, são só almas que enfeitam... E eu as amo. Sabe, faz tempo que eu queria te dizer que eu perdoei, faz tempo já, um mês que seja já é tempo e somos mutáveis. Eu só não sei mais quem é você, se é que conheci o verdadeiro um dia.
Foi fatal tudo que aconteceu, fatalidade terminar, fatalmente começar e fulminante ataque no final, foi fatal.

17 julho, 2013

(In)diferença‏




E eu ali, só vendo você passar. Passou por mim como passa um furacão, bem rápido, bem de repente e assim, tão de repente você foi embora, foi devagar, escorrendo pelas mãos e eu apenas não consigo querer mais que você fique. Dica: ir embora aos poucos faz as pessoas se acostumarem com sua ausência.
Dizem que um dos piores sentimentos que se pode ter por alguém é a indiferença, veja bem, estou sendo indiferente com tudo. Eu queria repetir mil vezes, olhando bem no fundo da janela da sua alma, o quanto eu tinha razão, gritar, esbravejar, raios e trovões diante de você, mas a tempestade já passou. Eu tinha razão.
Tudo bem, até pode ser por tanta coisa, algum tipo meio falho de amor, tipo de sentimento meio vazio, mas metades não preenchem nada. Escuta, seu arquivo já é morto, ficha velha, caso vencido.
Entrei nessa mesmo sabendo que a tua sina nem era a minha, até pode ser tanta coisa, mas seja lá como for, eu continuo indiferente, oblíqua, estática.
Bem que quem já viveu se envolveu demais, perdeu estribeiras, céu, razão e destino, beirou loucura, mas eu não. Nem dos conselhos precisei, que dirá dos consolos. 
Faça com que eu negue tudo que disse, cada meia palavra, cada pensamento que ousou, da libertação que não virá, fadado o destino é. E não há razões para lutar contra ele, remar contra e nada mais bem vindo do que aceitar. O que passou passou e se restou, não é mais lei. Me julgo própria e dona de mim, minhas ações, medos e mais, sentimentos.

01 julho, 2013

Novidade


Mas está acontecendo alguma coisa, não está? Só me deixe isso claro e juro que não terei medo. Não precisa pegar na minha mão, eu sempre soube caminhar sozinha, mas sabe, se você quiser vir comigo, eu juro que não ligo.
Me diga, fico certa ao mudar meu rumo? Só diga, que eu preciso saber, quero certezas por cima de nossas dúvidas. Faço as malas, boto na sacola, mas deixe que as dúvidas partam para bem longe daqui e sem coragem de voltar.
Se deixar, eu me rendo. Quem sou eu? Não quero tirar minha armadura pra pular nesse precipício, mas se tuas asas me der, eu posso voar e sem pensar em mais nada. Não use aditivos de coragem e nem suplementos de desculpas, use verdades.
Já não posso esperar, meu bem, a vida corre. 

10 junho, 2013

Do meu Brasil



Já reparou que se olhar bem todo mundo tem um sorriso meio torto? E que isso que faz cada um ser exatamente como é, detalhe e retalho, tudo formado proposital. O propósito? Desconheço, mas tem.
Já percebeu que até seu gosto musical te faz ser quem é? Música reafirma pro mundo o que a gente quer dizer, se faz assim, um recadinho em cima da mesa com um beijinho borrado de batom, discreto e provocante. Assim como a Garota Nacional de Skank, ela diz tudo, conhece a ti mesmo como ninguém, mexe com você dentro do seu mundo. Qual a chance de você não cair na dela? Ela fecha com teus sonhos como ninguém, domina no primeiro olhar. Sabemos nós do que isso causa, numa fórmula geral pessoas quando sabem dos poderes que possuem e os usam da forma certa vão até a lua, isso se houver limites.
Nas linhas do amor, conhece os Garotos de Lenine, truques e confusões que se espalham, porque a Linda Rosa de Maria Gadú já cresceu. Pedi pra Lulu Santos dizer que em toda forma de amor vivemos junto e nos damos bem, sem desejar mal a quase ninguém.
Em trajes da vida, Zeca diz bem, vida leva eu... Zeca do meu Pagodinho. Tem que ter mais chances, viver o mundo todo e ir além, fome de viver Mais Uma Vez, Jota Quest fala sempre, a nossa liberdade é o que nos prende. Viva o mundo todo que te vive! E quando a hora chegar, volta e Me Encontra, saudoso Chorão, deliciosa voz no recado da secretária eletrônica, recado de caixa postal pra levar pra vida toda, me encontra ou deixa eu te encontrar.
E pra viver bem não pode ser sozinho, Vanessa da Mata diz Não Me Deixe Só, eu tenho medo do escuro, do inseguro, dos fantasmas da minha voz, medos que nem sei se tenho, medos que nem sei se venci, mas agora sei quem me faz bem. Nossos destinos foram traçados na maternidade, posso estar sendo Exagerado, mas Cazuza já foi, todos somos. Em qual rua minha vida Encostar na Tua, Ana Carolina canta sempre procurando pra mim.
Queremos tanta coisa, onde quer algo pode ser mais, pode ter mais, onde pisas no chão, minh'alma salta! Onde queres tanta coisa, O Quereres de Caetano afirma que a vida é real, eu te quero e te quero como sou, como és.
Meu amor juro por Deus que a Luz Dos Olhos Meus já não quer mais esperar, Tom Jobim diz aqui no meu ouvido a verdade que não sei falar. Vamos todo mundo tudo o que se possa imaginar, pose pra foto que agora tocou Pose de Engenheiros do Hawaii.
Existe coisa mais deliciosa que música brasileira? Poesia pura, melodia que canta saudade em forma de canção, nada se traduz.

01 junho, 2013

Negativos de nós


 Tudo bem se a gente pensar em nós só um minutinho? Acho que no fundo do coração não tem problema, mas no fundo da minha razão algo não deixa. Tá errado pensar que podemos ter rumo, não é? Ou que poderíamos ter uma música daquelas só nossas? Errada, tô sabendo... Eu sou toda errada.
Fraqueza, afeto, coração, saudade, carência e qual mais motivos existirem, eles nem deveriam ser plausíveis. Nenhum motivo é tão motivo.
Desculpa, mas acho que estou fugindo do meu próprio plano, andando fora da minha linha. Tem como me perdoar? E se sinto culpa em pensar a voltar a sentir e essa culpa não é sua, talvez não seja de ninguém. Não acredito que logo eu fuji da minha linha, zona de conforto. Imaginação solta demais faz isso, deixa a gente livre pra ir onde quiser e minha já vai te procurando nas fotos e aproveitando se sinto pra te fazer caber em um texto meu.
A gente nem combina, a gente nem daria certo, a gente não pode e nem dá. Essa história nem é minha.
Estranho como rolar na cama no dia seguinte e se sentir vazia, talvez seja certo o que me disseram um dia.



 ''Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro, teu olhar não me diz exato quem tu és, mesmo assim eu te devoro... ''

(Djavan - Eu Te Devoro)

28 maio, 2013

Maluca



Maluca, como você me chamava. Maluca como essa inspiração que bateu agora, me pedindo pra falar de você indiretamente. Maluca que era quando me questionava se poderíamos dar certo um dia, o que a gente faz se esse um dia nunca chegar? Chora? Liga pra marcar uma reunião? Sabe... Eu fico cheia de dúvidas quanto a nós apenas porque as coisas não se encaixavam na minha cabeça.
Será? E quantos outros serás já não se passaram na minha mente, vagamente, discretos e perturbadores. Caindo pela noite, junto com o véu que a lua usa pra ficar misteriosa de longe, aqui estou, fazendo como ela.
Ficou mais do que evidente no meu consciente a vontade de você, mas me protegi de qualquer coisa que pudesse me tirar do sério mesmo quando eu gostaria de perder as estribeiras. Conflitos. Confusões. Taí, você é confusão e tem cheiro de problema, você inteiro tem cheiro de que tudo vai dar errado e quer pegar na minha mão pra me levar junto. Eu gosto dos errados.
Dejavu mas parece que já vi essa história antes, mais de uma vez, mas vi de fora e nunca tinha vivido. Agora sei, agora sei... Como uma melodia que se repete, agora eu sei. Cadê um call center com videntes? Chaveiro com bola de cristal? Tarôt? Simpatias? Será que resolvem minhas dúvidas? Não esperaria o seu fim, mas enquanto de alguma forma esperei, sentia que podia ser o meu começo. E tudo recomeça e se afasta mais uma vez, jogos e cartas na mesa, franqueza que temos, franqueza que falta.
Acredito que seja mais um capítulo, daquelas aventuras de novela que eu sempre quis... Só que era a minha novela com o final que eu queria, não com o final de mais gente. Não com mais gente dentro do meu final. E tchau, certas coisas dão o que tiveram que dar.
Estou aqui, jogando com as palavras apenas pra te confundir, pra te fazer pensar mais e ter suas dúvidas.

Desencontro





 Me rasgo em palavras, intensidade comedida, palavras aqui, todas escolhidas pra ao te atingir se chocarem, é assim igual a todo barulho que a gente faz no silêncio. Você acha mesmo que eu não percebo seu olhar? Seus olhares, plural, junto aos meus olhares que se somam.
Tem tanta gente no mundo, vagando por aí, mas eu decidi que agora ninguém mais tem vez, me distraio sabe, olho por aí como quem folheia um catálogo sem novidades, tão iguais, tão clichês. Aliás, clichê é uma palavra tão bonita, tão legal e descolada, lembra chiclete, que tem aquele gosto bom de menta bem ardida no começo e depois uniforme sabor, gosto bom de beijo. Não quero outros, quero o teu beijo.
Eu adoro metáforas, posso até usar uma pra gente... Se você fosse uma rua e eu um carro, eu já estaria estacionada na sua há um bom tempo. 

"Dirão, em som, as coisas que calados nos silêncio dos olhos confessamos?" (Saramago)

20 maio, 2013

Não precisa

E se você quiser, não precisaremos lutar, por nada, é que eu só estou acostumada com esse amor de entrega, que devasta por completo e de outro jeito não encontrei.
Gosto de amor que pega no colo e tira do chão, bagunça, desorienta, perco o rumo e o calendário, não é fácil encontrar quem faça o mesmo por mim. Só que não acredito nesse amor fácil e levinho, isso não balança nem o meu cabelo.
Um dia esse tipo de amor vai me achar, assim como já me encontrou no passado que não amo mais, às vezes penso que minha chance já passou, foi embora, como se a ampulheta tivesse explodido na minha mão, na minha frente. Já faz tempo,mas entre erros novos e velhos há um nó, e eu não posso desatar e nem é qualquer ajuda que aceitarei.
 A gente se perde quando o amor acaba, eu já acabo com o amor antes dele começar. Meu medo de pular é maior que o de cair. Eu sei ser forte, sempre soube, mas quero me poupar disso, dessa loucura pronta pra não ser assim mais uma vez. Não precisa ser assim.

Como se fosse um recado deixado na sua escrivaninha, fica aqui esse texto-bilhete.

16 maio, 2013

Monólogo do tempo




Quanto tempo tem dentro do tempo? Quanto tempo há dentro de mim? Ouve-se em qualquer lugar tudo que a vida diz e seus provérbios, seus ditados, mas na hora a gente nunca lembra e depois se culpa.
O que a gente faz quando acaba? Não que tenha começado, até porque eu sempre soube que éramos invenções para nos distrair, mas sabe quando fica o fim parado e batendo na porta? Eu pensei bem antes de deixá-lo entrar e tomar conta de tudo, juro que pensei, mas você não vai acreditar.
Primeiro os sintomas e depois o diagnóstico, mas esse fim não tem cura, como aquelas gripes novas que sempre surgem e tentam criar sua vacina para evitar mais mortes, no caso, não existe nem vacina e muito menos antídotos pra nós. Na verdade, me pergunto se me desatino ao pensar na gente como um todo, ou qual lado poderia vencer, afinal um triângulo equilátero não tem dois lados, até quando éramos dois nunca fomos só isso, nunca estivémos tão sós.
É esse meu museu de novidades, parei de acreditar no pra sempre, no meio do fim, isso é uma viagem completa, e no fim isso talvez nem seja necessário, esse drama. Tão meu, drama meu e meu drama. Sou essa peça, o teatro inteiro deveria aplaudir, sempre representando sem falas prontas, improvisando e fazendo espetáculos. Inclusive, me perdoe por aquele show que eu dei na sua porta, gritar, chorar e jogar tudo ao vento era o que eu podia fazer, mas sabe, não havia entendido porque você tinha suas limitações e queria que tu visse as minhas, tava botando minhas necessidades -principalmente corporais- acima de tudo e só cobrando. De cobranças já basta sua mãe, sua namorada e seus professores.
Mas eu achei que você precisava saber quem eu era, cada pedaço que eu dei era entrega e verdade, incrível porque sei que sou e você aí, parado justo na rua que chove e alaga. Fiquei sabendo que na minha rua só ameaça chover, com raios e trovoadas, tudo por um fio, mas ainda assim, não costuma chover por aqui. 

Daqui uns anos lanço meu livro e tenho certeza que meu nome vai estar na sua estante, sem nenhuma analogia pra letra da Pitty, mas eu sei disso. Na verdade, eu sabia, aquela sensação boa e curta que fica logo vai, aquele silêncio de mentira se quebra, éramos apenas pele mesmo sem colar em nada, éramos isso que eu queria ser e ainda assim, não fomos. Dá pra entender?
E isso nem é um convite pra que se tu viesse pra minha rua eu mandava ladrilhar, mas mesmo assim... Eu precisava dizer. E sabe mais? Eu estava certa! Quantas vezes duvidei? Poderia ter apostado dinheiro, mas menos mal, não apostei meu coração, logo eu que sempre aviso que a passagem é só de ida. Acho que meu aeroporto tá com problemas de mau atendimento no check in, ou então a culpa é da circunstância e do acaso. E que caso, fim do caso.

12 maio, 2013

Acostume-se




 Eu posso me acostumar fácil se você resolver ficar, mas não quero ter que acostumar com sua ausência quando resolver ir embora. O que você quis dizer com juntos? Juntos de um do lado do outro? Ou juntos por estar juntos? Vamos ao dicionário: jun-tar, v.t.; Aproximar duas coisas de modo que se toquem: juntar dois pedaços de madeira. Acrescentar: juntar o útil ao agradável. Agarrar; apanhar. Juntar os trapos ou os trapinhos, casar, amigar-se. Associar-se, unir-se. O mesmo que ajuntar. 
Acho que não sei de mais nada, apenas porque não sei até que ponto quero viver tudo isso ou só ter mais uma história pra contar. Não sei até que ponto você vale e o quanto me desatino de pensar num falso nós. 
Bem que me falaram, eu jogo muito rápido e acabo me perdendo no meu próprio jogo. E eu jogo sempre, o tempo todo. Não tenho pensado antes de jogar e ainda me confundindo em ações passadas. Ou pensando demais sobre o que deveria ser feito.
Mas eu ainda quero saber, o que você quis dizer com juntos? Vamos sair e ir até o outro lado da rua e só? Ou vamos ver onde esse caminho vai dar? Qual é sua sina? O que te move? Quem é você? Com quem você andou falando nos últimos dias? 

Contei passos, contei quantas vezes o olho direito piscou convidativo, quantas os olhos pesaram de sono, quantas olharam na minha direção (mesmo com óculos escuros, eu sabia), quando queria e não queria mais e mesmo assim ainda não te compro. Meu saldo de devedora é maior que meu crédito e ainda assim meu pensamento anda me enganando.
Não crie falsas esperanças, não acredite no que não lhe convém, melhor assim. Mas eu sei que posso me acostumar fácil. Não quero te pedir pra ficar, prefiro que você saque isso no ar e só.
 
 
''Nós somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter. Um dia me disseram quem eram os donos da situação, sem querer eles me deram as chaves que abrem essa prisão e tudo ficou tão claro, o que era raro ficou comum como um dia depois do outro, como um dia, um dia comum.''
 
(Engenheiros do Hawaii - Somos Quem Podemos Ser) 

11 maio, 2013

Um presente pro mundo




Ela quer ouvir o mundo e o mundo quer ouvir tudo que ela tem a dizer. Ela quer conhecer o mundo e sabe que o mundo já conhece cada detalhe seu.
Ela é uma parte desse todo, encaixe, como tudo que molda, ela se fez moldar e encontrou os pedaços de si nos outros para se jogar mais ainda no mundo. De braços abertos, olhos que veem tudo mas não querem ver o tempo passar, pois ele voa e ela tem medo de não voar junto.
Cada sentido encontrado em cantos, na música que toca no rádio enquanto o carro anda tá dizendo, vejo o futuro repetir o passado, algumas coisas podem acontecer outra vez, porque um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. E podem vir a ser outra vez, podem, mas precisa de muita coragem pra abidicar da minha vida pela sua.
Em cada canto um riso breve, em cada riso breve uma pausa, dessa pausa uma história e depois risos longos, imaginação longe, milhares de sensações, desenvolta, dispersa, distraída, cabendo mais adjetivos que em baú de histórias. E falando em histórias, ela é as suas, todo dia tem coisa nova, livro do cotidiano, deve ser o olhar sensibilizado que faz poesia de tudo que vê, olhar que teima em fugir de olhar pra dentro.
Ela te olha bem lá no fundo dos olhos e diz, você tem medo? Porque ela também morro de medo todos os dias, mas dessa vez não queria ter medo e depende de uma palavra. Destino colocado na mão dos outros é tão errado, tão falho e tão vazio, tá na hora de tomar um chá de atitude. 
Agora a gente sabe o que significa ser a pessoa certa na hora errada, e saber que a hora certa pode nem vir, e evitar todas as expectativas que possam vir. Repressão de algo que possa estar dentro, no fim, tudo vai ser igual mesmo querendo ser diferente, entende esse paradoxo?
Basta dizer as verdades, mas eu só consigo ver que há um oceano entre nós, bastaria tanta coisa, mas tudo já foi capaz de se bastar.
 



"Havia fantasmas nos seus olhos de cada cara que ela já mandou embora."
 

10 maio, 2013

Provando do proibido


''As pessoas passam e olham tudo mas elas nunca exergam realmente o que acontece. Faltou sensibilidade pra ver o que estava acontecendo, entre aquela mulher tão vistosa e aquele homem misterioso. Ninguém nunca soube. O nosso caminho é meio perdido, mas que perder seja o melhor destino.''

02 maio, 2013

Abrir os olhos





Apenas preciso que me diga que vai abrir os seus. Deve ser mesmo uma questão de entender que a  abertura será como uma saída, uma decisão importante que vai fazer sua vida continuar.
Eu sei que se lembra da hora que quem ama partiu, nem sequer olhou pra trás e sorriu, mas o tempo passa. E olha, se você nunca deixar seu passado ir embora acho que nunca vai encontrar o caminho certo, e tem algo que faz ficar difícil deixar ir, deixar passar ou apenas esquecer. Já foram fáceis os tempos, em meses, ou semanas tudo ia, mas depois de tanto pensar sobre, percebi que é porque nunca era de verdade.
Se uma mudança for feita devagar ela talvez possa fazer com que você desista de ir embora, cada dia uma caixa, uma peça de roupa dobrada, tem que ser como tirar um band-aid, o mais rápido que você pode, se não, vai doer mais ainda. Mudança é a lei da vida.
Se houver chance, corte laços com o passado e qualquer pedaço dele, lembrar nunca pode fazer bem. De que servem nossas lembranças se não podemos viver outra vez? Qual sentido tem tudo isso? Tudo isso, a vida. Existe mais vida? E se a vida não for como ela propõe? Não leve para o lado pessoal, mas de que adianta uma parede repleta de diplomas, enormes formações, graduações se você nunca teve um momento que pudesse lembrar sempre, se não pode sair de casa, se não pode sentir algo diferente. Nota mental: matar minha vontade de saltar de asa delta.
Costurando pedaços de histórias, colando com fotos, de todos, de mim, de você, como uma enorme colcha de retalhos, coisas assim, simples que fazemm diferença. Ás vezes me disse que nunca havia escrito um texto pra você, bom aqui ele está, falando um pouco de tudo, mas com foco em você, tudo que aconteceu e anda acontecendo.
Se eu pudesse voltaria exatamente no tempo de uma foto que você detesta, só porque ela simboliza um tempo em que tudo parecia mais fácil. Digo pra nós, onde retomar não parecia difícil, agora parecemos um carro tentando subir uma ladeira e sempre morrendo no meio do caminho, mas sabe, precisa estar disposto a mudar, não adianta querer que tudo se arrume, o tempo só faz curar e esquecer, e sinceramente não sei se quero que sejamos deixados para trás.
Não é fácil e ninguém disse que seria, o que der pra deixar pra trás eu estarei deixando, só tenho mais cautela e medo de ficar sozinha, você sabe disso também. Não sei se você quer encontrar um ponto de partida, pra amizades que te fazem falta ou pra amores que estão sem solução, mas só digo pra procurar essas pessoas antes que elas apenas não estejam mais alí ou apenas tenham desistido.
Espero que abra seus olhos pra tudo. 

18 abril, 2013

A resposta

Ela é linda e tem a melhor risada do mundo, ela até ri sozinha quando o tempo passa devagar.
Não pensou no futuro com medo de não viver o presente. Ela era o presente.
Um dia desses fiquei sabendo tanta coisa dela, sabe, nem imaginava tudo isso, ela nem me liga mais. Ele disse tanta coisa da última vez que me ligou, eu ainda não esqueci, mas estou calmo, porque sei que ela vai ter sempre esse pedaço de mim, e o que fica faltando nela, está aqui amigo, comigo. Ela nunca veio pegar de volta por medo também, sabia bem que se envolveria demais e eu não tive coragem de atravessar a rua, sabia que vê-la seria suicídio. Sabia, mas eu vi de longe, da janela da sala, ela nem imaginava.
O lugar? Sim, o primeiro do primeiro momento, ela tinha arquitetado seu plano, mas ela não iria esperar por muito tempo e sabíamos disso. Eu a vi sumindo rápida como vento, entre olhadas no relógio e a cabeça balançava negativamente o tempo todo, parecia involuntário. Seus olhos certeiros quase me viram, mas ela jamais me perdoaria, iria gritar no meio na rua, me xingando de idiota, e eu era mesmo um completo idiota. Idiota por ela, mas esse amor não tinha chance e ela sabe disso, sempre gostei quando falava que eu tinha razão, porque no fundo ninguém nunca tinha me dado isso, ela acreditava mais em eu mesmo do que eu, era ela, forte. Dividiu comigo a sua história e me ajudou a construir a minha, fomos tão longe e ao mesmo tempo nunca saímos do lugar.
Somos agora dois polos separados, e não vamos mais nos unir, nunca mais. E ela também sabe disso, eu reafirmei tudo que ela já sabia, nunca tive razão em nada. Até porque, se tivesse, nunca teria me apaixonado.
Ela tem tanta vida dentro de si, que quando soube que ela iria embora me eduquei pra esquecer de nós. Ela morria de medo de ficar sozinha, de não fazer amigos e eu disse que tudo ia dar certo, que seria muito feliz e que ia até esquecer de mim.
Ela me mandou uma carta, lotada de seus pensamentos, acho que nunca fiquei tão ansioso pra ler algo na vida, e quando a carta chegou eu sabia que aquele não era o final que ela queria ter dado.
Mas deu. Somos tudo, até agora que não somos mais um todo. Viva todo o seu sonho, sinta toda a liberdade, te desejo agora o que eu nunca disse, quero que alguém te faça bem mais feliz que eu. Quero que alguém seja melhor que eu, que cuide de você e te deixe sempre bem. Alguém vai te amar mais que eu amei e você vai amar a alguém mais que a mim.

16 abril, 2013

Sopro de vida





E fazer dos teus erros a razão a minha culpa. Se quem vê minha projeção soubesse de tudo que sinto além de refleti-la. É medo, é segredo... E shhh! Ninguém pode saber. É deserto.
Não estou aqui pra arrumar a sua vida, aliás, você me procurou na minha bagunça e eu sempre disse, vim pra confundir, não pra explicar. De todas as crises que carrego, a maior é comigo, há um bom tempo procuro em retalhos dos outros os pedaços que me façam encontrar resquícios do que ficou pra trás, e sabe, posso estar errada, mas eu te vejo com bons olhos, não faça isso ser mentira, não me deixe acreditar no que escuto dos outros.
Já conseguiu o que queria, mas vou logo avisando pra esse texto que ele vai morar nos rascunhos, morar no escuro onde ninguém vê, ninguém sabe. Em conflito, com e sem princípios, desafiando seu desbaratino pra ver onde vai, me acostumei com a renúncia, mas não espere que eu tenha tudo pra perder quando decidir me encontrar, além de que, a aventura tem um gosto bom e isso me instiga. Até cheguei a pensar que estava devendo uma dessas para pagar meus acertos comigo, aqui e agora, desenhando minha letra em um papel, rabisco ideias e procuro resoluções.
E nem começou e já sinto que tudo pode partir, porque eu já vi esse filme, vejo todos os dias, não me sujeito a isso porque... Se quer saber, não sei nem se há motivos plausíveis, se há motivos para isso.



"Se não for pra ser essencial aqui, eu não quero. Se não for pra ser a melhor, eu não serei nada." (Claramentes)

Teto de vidro



Vi uma foto sua perdida pela sala, estava jogada entre meus livros preferidos ainda com alguns cacos de vidro por perto, daquele dia que joguei o porta retrato bem longe como se estivesse jogando você. Tô presa na substância, no material, na música, e tá ficando chato beirando o insuportável ver e fingir que não vi. Mas não tenho coragem pra tirar a foto dali, porque de alguma maneira significa tirar você de perto, sabe que eu não queria, na verdade, nunca quero.
Não quero que me ligue, nem que me procure, não sei mais, e tava pensando no som dos nossos corpos se chocando, você lá do outro lado do aeroporto e eu ainda posso ouvir o barulho que a gente faz.
Boa noite, tchau, até mais, eu te vejo, me liga qualquer coisa. Como somos vagos nós dois. Tô sendo fútil porque tenho que ser, teria feito tudo.

10 abril, 2013

Rondó de uma mulher só





Estou só, quer dizer, tenho ódio ao amor que terei pelo desconhecido que está a caminho, um homem cujo rosto e cuja voz desconheço.
Sempre estive duramente acorrentada a essa fatalidade, amor. Muito antes que o homem surja em nossa vida, sentimos fisicamente que somos servas de uma doação infinita de corpo e alma.

O homem é apenas o copo que recebe o nosso veneno, o nosso conteúdo de amor. Não é por isso que o homem me atemoriza, quando aqui estou outra vez, só, em meu quarto: o que me arrepia de temor é este amor invisível e brutal como um príncipe.

Quando se fala em mulher livre, estremeço. Livre como o bêbado que repete o mesmo caminho de sua fulgurante agonia.

A uma mulher não se pergunta: que farás agora da tua liberdade? A nossa interrogação é uma só e muito mais perturbadora: que farei agora do meu amor? Que farei deste amor informe como a nuvem e pesado como a pedra? Que farei deste amor que me esvazia e vai remoendo a cor e o sentido das coisas como um ácido? É terrível o horror de amar sem amor como as feras enjauladas.

É quando o homem desaparece de minha vida que sinto a selvageria do amor feminino. Somos todas selvagens: são inúteis as fantasias que vestimos para o grande baile. Selvagem era a romana que ficava em casa e tecia; selvagens eram as mulheres do harém, as mais depravadas e as mais pudicas; selvagem, furiosamente selvagem, foi a mulher na sombra da Idade Média, na sua mordaça de castidade; mesmo as santas - e Santa Teresa de Ávila foi a mais feminina de todas - fizeram da pureza e do amor divino um ato de ferocidade, como a pantera que salta inocente sobre a gazela. E selvagem sou eu sob a aparência sadia do biquíni, olhando a mecânica erótica de olhos abertos, instruída e elucidada. Pois não é na voluntariedade do sexo que está a selvageria da mulher, mas em nosso amor profundo e incontrolável como loucura. O sexo é simples: é a certeza de que existe um ponto de partida. Mas o amor é complicado: a incerteza sobre um ponto de chegada.

Aqui estou, só no meu quarto, sem amor, como um espelho que aguarda o retorno da imagem humana. O resto em torno é incompreensível. O homem sem rosto, sem voz, sem pensamento, está a caminho. Estou colocada nesse caminho como uma armadilha infalível. Só que a presa não é ele - o homem que se aproxima - mas sou eu mesma, o meu amor, a minha alma. Sou eu mesma, a mulher, a vítima das minhas armadilhas. Sou sempre eu mesma que me aprisiono quando me faço a mulher que espera um homem, o homem. Caímos sempre em nossas armadilhas. Até as prostitutas falham nos seus propósitos, incapazes de impedir que o comércio se deixe corromper pelo amor. Quantas mulheres traçaram seus esquemas com fria e bela isenção e acabaram penando de amor pelo velhote que esperavam depenar. Somos irremediavelmente líquidas e tomamos as formas das vasilhas que nos contêm. O pior agora é que o vaso está a caminho e não sei se é taça de cristal, cântaro clássico, xícara singela, canecão de cerveja. Qualquer que seja a sua forma, depois de algum tempo serei derramada no chão. Os vasos têm muitas formas e andam todos eles à procura de uma bebida lendária.

Li num autor (um pouco menos idiota do que os outros, quando falam sobre nós) que o drama da mulher é ter de adaptar-se às teorias que os homens criam sobre ela. Certo. Quando a mulher neurótica por todos os poros acaba no divã do analista, aconteceu simplesmente o seguinte: ela se perdeu e não soube como ser diante do homem; a figura que deveria ter assumido se fez imprecisa.

Para esse escritor, desde que existem homens no mundo, há inúmeras teorias masculinas sobre a mulher ideal. Certo. A matrona foi inventada de acordo com as idéias de propriedade dos romanos. Como a mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita, muito docilmente a mulher de César passou a comportar-se acima de qualquer suspeita. Os Dantes queriam Beatrizes castas e intocáveis, e as Beatrizes castas e intocáveis surgiram em horda. A Renascença descobriu a mulher culta, e as renascentistas moderninhas meteram a cara nos irrespiráveis alfarrábios. O romancista do século passado inventou a mulherzinha infantil, e a mulherzinha infantil veio logo pipilando.

O tipos vão sendo criados indefinidamente. Médicos produzem enfermeiras eficientes e incisivas como instrumentos. Homens de negócios produzem secretárias capazes e discretas. As prostitutas correspondem ao padrão secreto de muitos homens. Assim somos. Indiquem-nos o modelo, que o seguiremos à risca. Querem uma esposa amantíssima - seremos a esposa amantíssima. Se a moda é mulher sexy, por que não serei a mulher sexy? Cada uma de nós pode satisfazer qualquer especificação do mercado masculino.

Seremos umas bobocas? Não. Os homens são uns bobocas. O homem é que insiste em ver em cada uma de nós - não a mulher, a mulher em estado puro ou selvagem, um ser humano do sexo feminino - o diabo, a vagabunda, a lasciva, o anjo, a companheira, a simpática, a inteligente, o busto, o sexo, a perna, a esportista... Por que exige de nós todos os papéis, menos o papel de mulher? Por que não descobre, depois de tanto tempo, que somos simplesmente seres humanos carregados de eletricidade feminina?

(O amor acaba: crônicas líricas e existenciais. 2a ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, p. 63-65).
Paulo Mendes Campos

08 abril, 2013

No olhar de uma criança

Bom, não sei bem quem serei daqui há alguns anos, mas tenho certeza que em qualquer momento que quiser mudar o jogo, eu posso. Posso ser quem eu quiser, desde que me faça feliz e aceitar a felicidade quando ela permanecer e mudar a tristeza se um dia ela persistir.
Um dia você irá se abrir, para si mesmo e depois para o mundo, encontrar saídas, inventar caminhos, viver sem medo, abrir os olhos, perder o rumo. Um dia você vai se permitir, se dar mais experiências, não terá medo de ficar sozinho, aceitar sua própria companhia. Um dia você vai se deixar conhecer a si mesmo e conhecer pessoas, algumas vão deixar marcas profundas em você, lembranças que não irão embora, talvez algumas se afastem, não porque elas quiseram isso, mas porque tiveram de fazer, algumas ficarão para sempre e outras para acreditar.
Um dia você irá se permitir de novo, pedir perdão e ter que perdoar, sentir-se livre, mas você só saberá disso se deixar que te conheçam, a vida começa no fim da sua linha de conforto. Arrisque-se.
Então, volto para o começo dessa questão e pergunto outra vez: quem eu serei daqui a alguns anos? Ás vezes me sinto como uma criança, cheia de opções nas mãos, podendo cada dia acordar e brincar de profissões, ser dentista um dia, modelo no dia seguinte, professora no próximo e assim, acredito que ser criança tem essa coisa boa de poder tentar sem medo, como outra vez, como se a anterior não tivesse existido, gostar e abrir um sorriso.
Ser como uma criança é poder mudar de opinião cada vez que alguém perguntar o que queremos ser quando crescer. E agora, vejam só, todos que me perguntaram, eu cresci! Então é pra valer que nossos sonhos estão perto de se tornarem reais, cabendo a nós ter a seriedade de adultos para assumir escolhas, mas principalmente a coragem e ingenuidade de uma criança, para mudar se necessário, de achar outro jeito ou gostar mais de uma coisa.
(...)
Mas sabe, eu também amo escrever, cantar, dançar, moda, tecidos, decoração, amo tudo que eu puder criar, transformar, cuidar, gosto de ser irreverente e se um dia eu perder tudo isso, não saberei mais quem sou.
Aliás, também tenho vontade de fazer muitas coisas, aprender a tocar violão, participar de algum reality show, participar de um clipe musical ou produzir um, criar um comercial de televisão, ser editora de alguma revista, escrever um livro e publicá-lo, viajar, sentir cheiro de culturas, encontrar respostas.
Você sente a vida que eu transpiro? Eu sou vida. E se um dia eu perder tudo isso, tenho medo de quem posso me tornar, pois não terei mais o brilho no olhar e nem a fé de uma criança.

"Carpe diem"

07 abril, 2013

Terça feira




 Nunca fui de acreditar em coisas dando certo pra mim, ainda mais com alguém tão incerto do meu lado. Você acha que pode ser? Já que me ama, me liga. Sua idade é ideal.
Tudo, nada, sempre, nunca, estipule seus prazos e os cumpra. E agora o mundo inteiro espera uma palavra. Sinto cheiro do ano que acaba começando, sabe aquela mistura de aromas, tudo novo... Tudo novo de novo.
Paradoxo. Encontro-me presa entre mil suspeitas, trezentas falsas explicaçoes, um milhao de saudades, dez mil xícaras de medo, um poço de expectativas... Receita perigosa, não? Só que existem coisas que ninguém fará por você. É hora de encarar os fatos.
O que fazem com as provas de vestibular depois que elas sao entregues, se o que interessa é o gabarito? Talvez joguem isso fora. Talvez eu deva fazer isso com algumas coisas, as pessoas com que vivi nem lembram de tanto como eu. Sabe, sometimes you need a new and fresh air.
Uma discussão sobre o que realmente é ser livre paira sob minha mente, talvez eu devesse parar de refletir. Isso apenas parece mais cômodo. Eles tem dito sobre as perspectivas da vida, sobre ouvir mais e se sanar.
Será que eles estão certos? Também falaram sobre estreitar laços, tais que me parecem mais fáceis de desatar ao apertar, sobre responsabilidades e um mundo de pesos, jogos que valem mais e uma nova vida, eles falam tantas coisas que até me perco. Posso quase ouvir os corações deles batendo quando dizem todas essas coisas.
Queria entender, me precipitando mais uma vez somente porque saber de tudo no fim da história parece não ter mais graça. Aliás, faz um tempo já que muitas coisas perderam sua leveza (afinal, graça e leveza caminham juntas) e nem que seja um drama cheio de um ponto de vista imaturo, porque nao é. E agora eu realmente não tenho mais nada a peder.
Sendo assim, apostem suas fichas porque uma boa aposta vale mais que uma noite inteira.
Preciso que se clareie e ilumine a si mesma, lembre-se, mais importante que iluminar os outros é ter luz própria.

Sem futuro


 É verdade. Nós não temos futuro, maré que não flui, rio que não corre, mar sem ondas e poderia usar mais mil metáforas para nos definir.
E quem somos nós? Você, um alguém qualquer que eu poderia ter conhecido atravessando a rua e logo depois olhar pra trás só pra saber se é real seu sorriso simpático. Preciso te contar que se fosse nesse dia eu teria notado que seu sorriso era pura cordialidade, você estava triste.
E se quer saber mais, vendo sua tristeza carregada em seus olhos perdidos, eu sem titubear a pegaria pra mim ou te abraçaria tão forte que meu coração bateria dentro do seu, te cuidaria fazendo você criar dependência do meu contato. Mulheres sempre mais mães do que amantes, mania clichê de achar que mudamos homens sem mudança.
Nunca me deixe ir. Foi o que te disse pra provar que estava lá, mas sabe, eu mesma acabei me deixando ir, seguindo a vida e te assistindo de longe.
Quem é você agora? Meu desejo de estar perto, de ser única nao foi suficiente, somos essa história que ninguém soube continuar mesmo sabendo que seu sorriso cabe perfeitamente no meu.

Não falo de amores proibidos, amantes possuídos pela luxúria e nem nada impossível ou novelístico, somos apenas o que não deu certo. Ou como diria Manuel Bandeira: ''Uma vida inteira que poderia ter sido e que não foi'' e não quero isso pra mim.

30 março, 2013

Salve essa noite




 Já faz tempo, mas só agora pude falar sobre a intensidade do meu coração batendo noite a dentro, velocidade dos pensamentos e quantas vezes li aquela carta ao lado do travesseiro.
Eram suas palavras escritas com tanta verdade que só me cabia ficar relembrando. Acordei jurando que ele estaria ao meu lado, mas só encontrei pedaços de papel...




''Provavelmente já devo estar bem longe daqui quando encontrar essa carta, milhas e milhas, mas não significa que eu não esteja pensando fixo em você. Quando cheguei e te vi sob as luzes de velas, as cortinas fechadas, a garrafa de vinho sobre a mesinha da sala, tudo se fundia ao ambiente, perfeita! Como pode ser assim?
Quis tanto salvar essa noite, deixar presa em meio a substância, para que nada mais pudesse nos soltar, nos deixar partir, nos deixar morrer entre tantas outras histórias. Eu te garanti, afinal, que iria lembrar disso pra sempre. Estou eufórico, minha cabeça repete nosso filme quinhentas vezes para que minha mente registre tudo, não falte um suspiro, um gemido.Não consigo pensar em outra coisa que não seja você, não escuto outraz vozes que não sejam as nossas e o som que fazíamos. Será que você ficou com raiva por eu ter sumido assim? Você sabia que quando o dia chegasse quem partiria era eu. É, eu sei que você está morrendo de raiva. 
Mas lembra, nem se quiséssemos iriamos lutar contra o próximo dia, ele vem e é o que tem que ser relembrado que fica na mente. Você disse que quando sua mente não esquece as coisas um pequeno filme dos fatos fica passando nela, só pra ter certeza se foi mesmo real. Será que esse filme está passando na sua mente? Pois na minha ele está... E se tornou sucesso de bilheteria. 
Ninguém me reconhece, parece que um terremoto passou por mim, e passou... Você é tudo, vulcão, terremoto, furacão, feroz e felina. Macia e tão rude. 
Queria encontrar um lugar onde eu possa ser imortal, mas vai existir. Eu sei, vai ter que existir e vai resistir o nosso lugar, bem como, somos assim intensos cheios de lembranças que carregamos dos nossos passados repletos de histórias, formamos a nossa. Somos levianos e livres. Logo no momento que gostariamos de estar presos um ao outro, nossa falsa filosofia de que somos tão soltos nos envolve. 
Pra agora não tem mais receita, precisamos viver. E se um dia no meio da multidão nos encontrarmos vai ser a mesma coisa, um trubilhão, como o que nos pegou da primeira vez. Eu poderia passar a vida toda com você, mas eu preciso ir. Salve essa noite.

Ps.: Você é inspiradora, me deu uma noite e eu te dei uma música. Em breve vai ser lançada, mas já quero tocá-la nos shows... Pense em mim sempre que ouví-la.''
      

E assim começou o dia de quando a chama se apagou, ou talvez ela permaneça viva. Tinha encontrado alguém igual a mim, com as palavras e força delas, que jogava comigo assim como eu jogava com ele. Dormi, apaguei cansada, e provavelmente ele já estava bem longe. Senti, sentimos e ainda sinto. 
Mas eu sabia, o quão leviano era se apaixonar por cantores, amores em turnê, eu sempre soube.