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20 fevereiro, 2012

Improvável, mas não impossível



O que aconteceu? Foi aquela noite? Os olhares? A proximidade dos corpos? Os risos altos ou as carícias incompreendidas? Onde fomos parar?
Quantas perguntas que minha dor de cabeça não deixa responder, olhar pro lado ao acordar e um cheiro ser capaz de invadir e ver quem está alí. Amor e pecado mais uma vez se misturando, somos fortes não é?
Somos fãs da mesma música... Ah, então foi aquele show no final da primavera que fomos juntos? Suas palavras não saem da minha mente. Foi aquele abraço com mãos bobas no final de janeiro? O medo da falsa traição em fevereiro? Todos nós, tanto somos quanto estamos, onde é que eu parei de olhar pra dentro e me deixei apenas sentir? Tanta intensidade, meu sorriso perfeito não teria deixado. Foram seus efeitos, tenho certeza.
É que essa pequena porcentagem de chance representa tudo de novo, as mesmas nossas madrugadas que ninguém ousa descobrir. Cura meu mal humor, faz o riso, tudo fácil, é sua presença. Não importa se perto, se longe, tá do lado que eu sei.
Puxa-me, leva, o carro vermelho espera do outro lado da rua, a música, cheiro, estrada enorme de sensações, até o motel beira de estrada, tudo está ao nosso favor e eu não me privo de nada que eu não queira. Vem, tudo é urgência. Somos tão errados, e quero segredo. Vamos sair gritando falsas juras enormes pra quem não nos conhece que eles não ligam. Vamos enganar a todos, que eles não precisam saber, o perigo nos instiga, nos anima, intriga, e sabemos que tudo que é perigoso é mais gostoso. Somos nós, novos, os mesmos, laços renovados, perfeitos em quem somos.
Marcante como comerciais de fragrâncias, olhar de galã de novelas, beirando uma perfeição inacessível. A música diz que te ver e não te querer é improvável e impossível. E eu digo que te ter é cada dia mais improvável, mas não impossível.

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