O
que aconteceu? Foi aquela noite? Os olhares? A proximidade dos corpos? Os risos
altos ou as carícias incompreendidas? Onde fomos parar?
Quantas
perguntas que minha dor de cabeça não deixa responder, olhar pro lado ao
acordar e um cheiro ser capaz de invadir e ver quem está alí. Amor e pecado mais
uma vez se misturando, somos fortes não é?
Somos
fãs da mesma música... Ah, então foi aquele show no final da primavera que
fomos juntos? Suas palavras não saem da minha mente. Foi aquele abraço com mãos
bobas no final de janeiro? O medo da falsa traição em fevereiro? Todos nós,
tanto somos quanto estamos, onde é que eu parei de olhar pra dentro e me deixei
apenas sentir? Tanta intensidade, meu sorriso perfeito não teria deixado. Foram
seus efeitos, tenho certeza.
É
que essa pequena porcentagem de chance representa tudo de novo, as mesmas
nossas madrugadas que ninguém ousa descobrir. Cura meu mal humor, faz o riso,
tudo fácil, é sua presença. Não importa se perto, se longe, tá do lado que eu
sei.
Puxa-me,
leva, o carro vermelho espera do outro lado da rua, a música, cheiro, estrada
enorme de sensações, até o motel beira de estrada, tudo está ao nosso favor e
eu não me privo de nada que eu não queira. Vem, tudo é urgência. Somos tão
errados, e quero segredo. Vamos sair gritando falsas juras enormes pra quem não
nos conhece que eles não ligam. Vamos enganar a todos, que eles não precisam saber, o perigo nos instiga, nos anima, intriga, e sabemos que tudo que é perigoso é mais gostoso. Somos nós, novos, os mesmos, laços renovados, perfeitos em quem somos.
Marcante
como comerciais de fragrâncias, olhar de galã de novelas, beirando uma
perfeição inacessível. A música diz que te ver e não te querer é improvável e
impossível. E eu digo que te ter é cada dia mais improvável, mas não
impossível.
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