08 novembro, 2013
Idiota
Respiração pesada. Canalha. Me deixou assim, sem chance de outra reação, maldito seja! Você sabe como sou, precisava esbravejar e gritar meu ódio e lavar minhas palavras em seus degraus.
Antes amantes, conhecidos, querentes, quentes, mais humanos, agora não nos cabe dar ao luxo de olhos nos olhos. Tudo é tão diferente, era fácil fingir assim por ser mais facilitado conviver com isso assim, morto, enterrado e estático.
Vida dias atrás, morte em vão espaço, tiro certeiro e sem som. Foi sorte, presumo. Eu não mudei nada do que disse, fiz o que fiz e foi bem melhor assim, agora seria insustentável. Culpa? Não tem pra que carregar, pelo contrário, descarrego tudo fora, turbilhão de sentimentos que se afogam em meio a tanto espaço.
Os dias passam e os feriados chegam, é finados. E você sabe, a morte vira um papel, nós morremos, eu escrevo nosso atestado de óbito e você continua andando por aí como um completo idiota.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário