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10 junho, 2011

Domingo



Naquela tarde de domingo, nenhuma em especial, apenas mais uma tarde sem nada que os fizesse querer, ou muito menos pensar em voltar ao estado de antes, estavam no sofá vendo filmes, aquele velho sofá que esteve em brigas, com amigos e em momentos mais quentes que isso. 
Presos numa bagunça gostosa, porque era a bagunça deles, de algo que os unia.
Olhava pra cozinha, a pia estava cheia de louça do jantar de sábado e do almoço de domingo, ver aquela geladeira vermelha e com o pinguin em cima.
Ela sempre dizia que a louça seria dele, e tudo estaria certo. Aqueles finais de tarde sempre pareciam os mesmos, eram nostálgicos, mas lembravam o começo de tudo.
E uma promessa naquela sala, quartos, cozinha, e tudo. Tinham vontade um do outro e uma espécie de saudade que não passava.   
Àquelas paredes eram contadas histórias, que eram guardadas pra outros e outros momentos, continham brigas, amores, era uma casa, ou só mais um apartamento engraçado cheio de decorações originais e sonhadoras, podia ser o que fosse, mas eram as paredes deles. 
Ela jurou ser a última vez a cada beijo, cada movimento, cara carícia enquanto ele jurava pra si mesmo não abandoná-la nunca mais.
E assim seguiam, de segunda a segunda se buscando um no outro, um amor de tempos atrás, que morreu e viveu e que agora morria de medo de ir embora.

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