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08 junho, 2012

Blecaute: A nova solução do fim para o começo


Quando chove dá pra pensar em tudo, porque tem tempo de sobra pra saber, ver, rever, viajar no tempo, nas músicas, elementos que fazem parte de quem escreve e de quem lê. Saudade é tempestade que vem pra fechar o verão, mas eu descobri, que o sol sempre volta. Essa tempestade não é nada.
Anunciou pra quem quiser ler, bem lá fora, nas páginas dos jornais, no grito dos vendedores de rua, no sorriso dos apaixonados que por mais malícia que exista é inocente, que também há muito de inocência dos olhares das crianças, que correm sem parar, mesmo na chuva que insiste em cair.
Já estava ficando tarde, é bom enobrecer o coração com coisas de maior valor sem os cifrões, sem zeros no final, e o que tiver de ser será. É bom e apenas não nego quando me perguntam.
Promete que vai cuidar de você? Se cuida daí, de onde estiver, porque minhas fronteiras não se abrem mais, fiquei cega tentando te encontrar ao longo dos anos que se passaram. A liberdade sempre andou comigo, nas esquinas de algum lugar, mas meu coração agora está comigo, bem quente, onde eu posso cuidar e saber quem está tentando abrir ou fechar.
De repente, no meio de toda aquela chuva, percebi que as luzes estavam falhando muito, era um blecaute no meio da rua. Parei minha caminhada enorme e vi que tinha um toldo me esperando, sentei, e deixei o tempo passar pra chuva passar também, eu queria mais da luz que tinha ido embora. Os fins levam a novos começos, não recomeço, pois em tudo há um ciclo, com fim.
De paredes brancas com portões preto num estilo vintage medieval se fazia a casa que ficava naquela rua por onde parei. Algo ali recriava meu ser, curava meu mal, me transbordava coisas boas, teu olhar me tirava daqui e eu queria um pouco mais, porém não tudo, só pra gente não perder a graça no escuro.
Vem logo que o tempo voa, como eu, quando penso em você.

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