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16 abril, 2013

Teto de vidro



Vi uma foto sua perdida pela sala, estava jogada entre meus livros preferidos ainda com alguns cacos de vidro por perto, daquele dia que joguei o porta retrato bem longe como se estivesse jogando você. Tô presa na substância, no material, na música, e tá ficando chato beirando o insuportável ver e fingir que não vi. Mas não tenho coragem pra tirar a foto dali, porque de alguma maneira significa tirar você de perto, sabe que eu não queria, na verdade, nunca quero.
Não quero que me ligue, nem que me procure, não sei mais, e tava pensando no som dos nossos corpos se chocando, você lá do outro lado do aeroporto e eu ainda posso ouvir o barulho que a gente faz.
Boa noite, tchau, até mais, eu te vejo, me liga qualquer coisa. Como somos vagos nós dois. Tô sendo fútil porque tenho que ser, teria feito tudo.

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